Compliance que gera valor: como programas bem estruturados impactam o negócio

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Na atualidade, com a competição cada vez mais acirrada, reduzir custos, manter colaboradores satisfeitos, aumentar produtividade, gerar vantagem competitiva e garantir sustentabilidade dos negócios são apenas alguns dos desafios de quem atua no ambiente corporativo. 

Por isso, espera-se de um bom executivo atitudes e comportamentos responsáveis, alinhados aos objetivos empresariais.

Assim, quando ele se depara com uma decisão a tomar, pressupõe-se considerar os benefícios para a sua instituição, decorrentes de suas escolhas. Logo, ao avaliar as opções, esse profissional precisa ter um conhecimento mínimo das implicações de cada alternativa, para evitar enganos e prejuízos.

Daí a importância deste artigo, visto ser o Compliance uma solução pouca explorada e, se negligenciada, a organização pode estar incorrendo em perdas e riscos significativos.

Embora o termo “Compliance” seja uma realidade no mundo corporativo, ainda há pouco entendimento do seu real valor. Muitos o associam a obrigações legais, outros a uma necessidade da atualidade, mas poucos percebem as sutilezas e os benefícios disponíveis. 

A principal razão para tal desperdício está na premissa da sua implementação. Se o Compliance é estruturado com viés jurídico, com foco exclusivo nas leis, com a pretensão de torná-lo um conjunto de regras frias, apenas para satisfazer uma exigência de um cliente ou, pior ainda, somente para iludir o mercado e seus funcionários, a empresa já decretou a sua inutilidade.

A seguir, serão abordados alguns aspectos fundamentais para o sucesso do Compliance, os benefícios gerados e as recomendações práticas para se alcançar o êxito, de modo a trazer valiosa contribuição para os negócios.

Boa leitura! 

Paradigmas desastrosos

O Compliance é matéria recente no meio empresarial e, até o momento, não se consolidou como conceito definitivo. 

Pelo contrário, o mau entendimento de seus processos, a falta de percepção de valor, o desconhecimento das práticas efetivas e a escassez de profissionais com pleno domínio no assunto fazem do Compliance presa fácil para o surgimento de paradigmas e jargões equivocados.

Esse efeito afugenta novos adeptos e, sobretudo, prejudica as companhias, pois muitas deixam de implementar o Compliance sem avaliarem com profundidade a sua verdadeira serventia.

Por esse motivo, vale destacar alguns desses equívocos, para servirem de alerta e evitar pessoas bem-intencionadas caírem nas falácias de forma inconsciente:

1. O Compliance é só para grandes empresas

Existem executivos, sócios ou donos de corporações menores (PMEs) perdendo oportunidades em seus negócios por ignorarem o Compliance ou adotarem um Compliance com baixa efetividade, quer dizer, sem oferecer benefícios de verdade.

Seja qual for o porte, a natureza ou o segmento de atuação, uma organização pode extrair inúmeros benefícios de um Compliance bem elaborado, derrubando por completo o paradigma em questão.

2. O Compliance é caro

Evidentemente, se a entidade não se planejar para construir um Compliance de acordo com as suas próprias características, pode se perder e gastar dinheiro de modo desnecessário. 

Além disso, recomenda-se a consulta a especialistas com experiência comprovada na prática, para a definição de um Compliance efetivo, na medida certa. Ainda mais agora, com ferramentas modernas e voltadas para a geração de valor para os clientes, como é o caso da Compliance Station.

Se esses cuidados forem tomados, o investimento será pequeno perto dos benefícios auferidos. 

3. O Compliance é burocracia

Essa é a pura expressão de quem, de fato, desconhece o Compliance ou vive numa companhia onde esse instrumento foi mal aplicado. Um sistema seguindo os preceitos adequados, traz inúmeros benefícios, muito além do investimento necessário, conecta-se ao negócio, privilegia as pessoas e gera vantagem competitiva para a organização. Isso afasta a percepção de burocracia, para dar lugar a uma compreensão positiva da sua razão de ser.

4. O Compliance é a polícia dentro de casa

Quando se chega a essa conclusão, implica dizer: “está tudo errado na sua empresa!” O Compliance é o porto seguro dos funcionários bem-intencionados. Ele congrega boas práticas, traz tranquilidade para os dirigentes, líderes e gerentes, gera um clima organizacional saudável… Enfim, é o contrário de ser um sistema repressor ou policialesco.

Existem outras graves deduções e insinuações a respeito do Compliance. Mas, essas já são suficientes para o leitor abrir os olhos e evitar de se iludir com esse tipo de ingenuidade.

E nesse contexto, veja nos próximos tópicos, temáticas indispensáveis para se obterem ótimos ganhos e evitar desperdícios com o Compliance.

Compliance no tamanho certo

O Compliance deve ser customizado para a realidade de cada instituição.

O primeiro desafio a ser vencido é encontrar, para a sua empresa específica, o ponto ótimo da seguinte equação: 

  • exagerar na dose implica num Sistema de Compliance complexo;
  • simplificar demais equivale a formatar um programa simplório.

Ambos os extremos levam a descrédito, causam repulsa e direcionam tais práticas a um “final infeliz”: o fracasso e o abandono. Se de um lado, a complexidade gera barreiras desnecessárias para o negócio, em vez de ajudá-lo e, por isso, as pessoas tendem a desviar-se dele, por outro, a superficialidade cria a sensação de perda de tempo ou a percepção de estar diante de uma “atividade de fachada”.

Portanto, se a instituição deixar de contar com um sistema na medida certa, logrará em breve a frustração. 

Desnecessário o aprofundamento desse conceito para agregar ao presente desafio mais um ingrediente: cada entidade tem o seu próprio ponto ótimo, isto é, fatores como tamanho, natureza dos riscos, segmento de mercado, cultura organizacional, entre outros, consistem em particularidades, para direcionarem a concretização de um bom Compliance.

Por isso, copiar o Compliance de outra empresa ou desejar um “Compliance de prateleira” é um erro que vai custar muito caro.

Compliance voltado para as pessoas

O Compliance é um sistema de gestão baseado no fortalecimento da cultura ética. Como as corporações são constituídas por pessoas, cujas atividades, decisões e comportamentos darão vida a essa cultura, seria insensato pensar no Compliance sem considerar os indivíduos como o principal ativo.

Desse modo, o apoio integral dos profissionais torna-se imprescindível para o sucesso do programa, exigindo, assim, a devida sensibilização de todos, de maneira regular e assertiva.

Diante desse cenário, a estrutura do Sistema de Compliance e todos os seus elementos precisam oferecer aos colaboradores benefícios claros, visando o engajamento geral.

Então, em todas as suas etapas, desde a identificação dos riscos relativos à integridade, criação das regras de conduta, definição de processos e controles, até a execução das atividades para o Compliance florescer, é fundamental o envolvimento das pessoas, levando em conta suas necessidades, expectativas e dificuldades.

Contudo, um número relevante de entidades ignora esses princípios básicos, deixando de extrair desse sistema o seu melhor. E, na maioria das vezes, a culpa recai sobre o Compliance, quando, na verdade, deveria incidir sobre a forma equivocada da sua implementação ou o desconhecimento dos profissionais responsáveis.

Benefícios do Compliance

Somente se esses dois preceitos anteriores forem respeitados, Compliance na medida certa e Compliance voltado para pessoas, o sistema trará benefícios claros e incontestáveis, superando em muito os investimentos necessários para a sua construção e manutenção no cotidiano. 

De início, o Compliance atuará de modo a afastar os riscos e a ocorrência de questões sensíveis de relacionamento, como redução de assédios, discriminação, bullying, etc., pois, com Canais de Denúncias efetivos e um programa bem estruturado, as pessoas pensarão duas vezes antes de cometerem tais desvios de conduta, visto terem ciência das consequências implacáveis e sem demora, em caso de descumprimento das regras muito bem divulgadas.

Como efeito inquestionável, o clima organizacional se fortalece e as pessoas passam a gozar de um ambiente de trabalho mais saudável, com reflexos positivos na redução do absenteísmo, rotatividade e melhoria da produtividade.

Por analogia, fraudes, furtos, uso indevido de ativos da empresa, entre outros causadores de prejuízos financeiros serão minimizados, transformando as perdas anteriores em lucros imediatos.

Decorre também, de um Compliance bem feito, a boa imagem no mercado, fortalecendo a marca e a reputação da organização e de seus profissionais. Além disso, a empresa tem a possibilidade de aumentar a sua penetração em novos mercados, onde a exigência impõe a apresentação de um Compliance efetivo, como por exemplo, em vendas para o setor público.

Reunindo pessoas satisfeitas, com menos desperdícios e mais lucratividade, boa reputação e novos mercados, tem-se a combinação perfeita para a instituição lograr vantagens competitivas, tão necessárias para a perenidade e sustentabilidade dos negócios.

Recomendações para um Compliance bem estruturado

Chegamos, então, num ponto crucial. Se queremos benefícios, precisamos de um Compliance bem estruturado. Mas, o que isso significa?

Como já dito, o Compliance é um sistema de gestão. Porém, para esse mecanismo funcionar como se espera, é preciso conhecer seus elementos. Depois, conectá-los, de maneira harmônica, do contrário, surgirão “ilhas isoladas”, sem propósitos claros, drenando recursos e sem contribuir para o sucesso do todo.

Assim sendo, vamos resumir o estabelecimento desses elementos, já numa sequência lógica, onde o output de cada processo se encaixa como input do próximo. 

  • Compliance Risk Assessment, com a identificação dos riscos, definição de medidas mitigadoras, estabelecimento de um plano de ação e a devida aplicação prática.

  • Elaboração do Código de Conduta, contemplando todos os riscos identificados e suas medidas.

  • Elaboração de Políticas e Procedimentos para complementar o Código de Conduta. Nesse instante, os processos e controles de Compliance devem ser criados e estabelecidos.

  • Realização de comunicação e treinamento regulares, para capacitação e sensibilização de todos.

  • Coordenação e realização, no dia a dia, de todos os processos e controles do Sistema de Compliance, visando o alcance dos objetivos e metas de cada um, sem perder de vista o resultado do conjunto.

  • Monitoramento, com foco na melhoria contínua, implementando as medidas necessárias e fazendo o devido reporte para as chefias, gerências, diretoria e Alta Direção.

  • Realimentação dos processos, para dar início a um novo ciclo de Compliance Risk Assessment, promovendo a perpetuação de um círculo virtuoso desse mecanismo. 

Adicionalmente, alguns elementos são primordiais para dar sustentação a toda essa estrutura. Eles devem ser inseridos no momento correto da definição dos processos anteriores, conforme a necessidade de cada caso. Veja alguns exemplos:

  • Envolvimento direto com apoio incondicional da Alta Direção.

  • Estabelecimento dos objetivos, metas, orçamento e estratégias do Compliance.

  • Definição da Governança da área coordenadora do tema e como ela deve se relacionar com outros departamentos e funções da instituição (“interfaces”).

  • Seleção dos profissionais para as diversas funções do Compliance, sejam elas do setor de Compliance ou de outras áreas (ex.: membros do Comitê de Ética, investigadores, auditores, embaixadores, entre outros).

  • Criação de uma estrutura de documentos e registros para demonstrar a efetividade de todo o Sistema de Compliance.

Algumas dicas para quem vai começar

  • Certifique-se de contar com o apoio e a experiência de profissionais com comprovada capacidade de orientar a sua organização, a definir os rumos adequados e encontrar o ponto ótimo para a implementação e execução correta dos processos, ferramentas e documentação.

  • Não perca tempo. Um Compliance bem feito resultará em benefícios e vantagens competitivas para a sua companhia. Se você negligenciar o assunto, essa vantagem será do seu concorrente.

  • Evite o discurso fácil e de senso comum relativo aos paradigmas do Compliance. Se você mantiver a visão deturpada da matéria, deixará de contar com as vantagens de um Compliance de verdade. 

  • Assuma uma postura profissional, correta e concreta. Seja consequente e implante o Compliance, sem delongas. Todos vão se beneficiar!

  • E lembre-se: empresa ética só se relaciona com empresa ética. Você gostaria de perder negócios pela ausência do Compliance?

Conclusão

Na atualidade, os desafios empresariais norteiam as decisões dos executivos, que precisam pautar suas escolhas em benefícios concretos para as instituições. 

E o Compliance aparece como uma solução ainda pouco explorada, devido ao desconhecimento ou a paradigmas mal delineados. Se bem estruturado e considerando as particularidades de cada entidade, ele contribui sobremaneira para a geração de valor para as corporações, dando aos negócios maior consistência e sustentabilidade. 

Esse é o propósito da Compliance Station: oferecer ao cliente a melhor solução com o mais baixo investimento, para a implementação exitosa e manutenção de um Compliance efetivo!


Wagner Giovanini é especialista em Compliance e sócio-diretor da Compliance Total, Contato Seguro e Compliance Station. Autor do livro “Compliance – a excelência na prática”, desenvolveu a Compliance Station®, plataforma inovadora para a implementação e execução do Compliance em micro e pequenas empresas. Para mais informações e conteúdos sobre o tema, acesse www.compliancetotal.com.br e  https://www.linkedin.com/company/9299759/  .

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