O papel dos líderes nas ações e objetivos do Sistema de Integridade

As lideranças têm um papel fundamental para ações e objetivos do Sistema de Integridade. Entenda as características necessárias do líder para validar o Sistema de Integridade.

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Numa organização de sucesso, liderança e integridade devem andar juntos.

Estabelecer um Sistema de Integridade protege a organização de diversos prejuízos e gera, ativamente, muitos benefícios.

O sistema só funciona se todos estiverem engajados no processo: alta direção, lideranças e colaboradores.

Neste artigo, entenda o papel dos líderes nas ações e objetivos do Sistema de Integridade, as características-chave das lideranças e como estabelecer uma cultura de Integridade Organizacional.

Boa leitura!

O que é um Mecanismo de Integridade?

O Mecanismo de Integridade é um Programa estabelecido por uma organização, que visa movê-la a uma postura cada vez mais:

  • transparente
  • ética
  • lícita
  • íntegra

Na prática, isso se traduz em cada pessoa, cada componente da empresa optar pelo certo a ser feito, em qualquer situação, e independentemente de fatores de influência externos.

É evidente que isso jamais irá acontecer de maneira total. Sempre há algum comportamento desviante, sempre há um sistema falho que não garante a integridade 100% do tempo.

Entretanto, o Mecanismo de Integridade serve justamente para assegurar que na maior parte das vezes as decisões, ações e comportamentos que fazem parte do funcionamento da empresa sejam corretos.

O Mecanismo, Sistema ou Programa de Integridade (são sinônimos) idealmente deve ter a cara da empresa; portanto não há uma receita pré-estabelecida que se aplique a todos os casos.

Cada empresa deve adaptá-lo às suas necessidades, ao seu estilo e sua cultura organizacional.

O Sistema de Integridade protege a empresa em diversas frentes:

  • evita multas, sanções e problemas jurídicos;
  • incentivo à conformidade;
  • protege fundos empresariais;
  • apoia conscientização e responsabilidade;
  • evita fraudes, desvios e corrupção;
  • garante que fornecedores, contratados e subcontratados atendam aos requisitos de participação;
  • promove motivação e produtividade;
  • promove a imagem e a boa reputação da empresa.

A importância da liderança no processo

Para se fundir aos demais Sistemas de Gestão da organização e gerar os ganhos acima citados, um Sistema de Integridade deve ter o suporte e o apoio incondicional da liderança.

Qualquer Mecanismo de Integridade, para funcionar, deve “vir de cima”. O “Tone from the Top” não é simplesmente uma regra; é uma necessidade quando se trata de qualquer transformação na empresa.

A postura, a decisão e o comprometimento com a integridade devem primeiro ser estabelecidos pelo(a) dono(a) da organização.

Se ele/ela não tiver a disposição de transformar aquele ambiente, então ninguém mais irá se comprometer.

E, a partir do maior nível hierárquico, isso continua sendo verdade em cada ponto da cadeia de liderança: os líderes devem estar de braços dados e plenamente empenhados no Mecanismo de Integridade.

São os líderes que, em qualquer time de qualquer organização:

  • estabelecem o bom exemplo;
  • criam e sustentam os padrões e expectativas de comportamento;
  • incentivam a adaptação das ações e decisões;
  • sustentam as boas relações;
  • estabelecem metas e objetivos.

A equipe segue o líder e a liderança e integridade devem andar juntos, portanto, todos os elementos pertinentes ao Sistema de Integridade devem ser terreno conhecido para ele.

No livro “Compliance: A Excelência na Prática”, Wagner Giovanini destaca os principais pontos da atuação do líder em todas as áreas da empresa:

  1. Adotar sempre a transparência nas suas ações, atitudes e diálogos;
  2. Conquistar e manter a confiança da equipe;
  3. Manter liderados orgulhosos de seu líder;
  4. Dar “feedbacks” positivos e negativos”;
  5. “Feedbacks” neutros;
  6. Receber “feedbacks”;
  7. Ser integrante ativo da equipe;
  8. Cumprir as promessas — não prometer o que não pode cumprir;
  9. Ser e parecer justo;
  10. Valorizar a opinião das pessoas;
  11. Interessar-se pelas coisas de cada um;
  12. Capacitar as pessoas; e
  13. Saber delegar e dividir tarefas.

Implementação de ações práticas pela Alta Direção

Não custa repetir: para estabelecer um Mecanismo de Integridade funcional e eficiente, é preciso ir para a prática.

Código de Conduta, Valores, Políticas Internas e Externas são importantes documentos de estruturação do Compliance na organização, mas essas ideias devem sair do campo abstrato e ir para as ações práticas.

Isso se realiza com técnicas, metodologia, tentativa e erro, etc.

É por isso que a disposição e o comprometimento são o primeiro passo: porque implementar um Sistema de Integridade significa transformar, às vezes no quadro geral, e muitas vezes nas pequenas coisas, a forma de pensar e de agir.

Traduzir a ética e a integridade em comportamentos é o desafio do Mecanismo, e por isso todo apoio da liderança é necessário. Para Wagner Giovanini, colocar o Compliance como valor prioritário e:

(…) “torná-lo vivo em todas as suas atitudes e relações”.

Promovendo uma Cultura de Integridade Organizacional

Promover uma Cultura de Integridade Organizacional, unindo teoria e prática, e liderança e integridade por meio de um Programa de Compliance é trabalhar em três pilares:

  • Prevenir: antecipar situações de risco, observar falhas possíveis nos processos, etc. A organização deve investir com mais força neste pilar, pois é mais fácil prevenir do que remediar (corrigir).

    O Código de Conduta e os treinamentos de conscientização e sensibilização são destaques de prevenção.
  • Detectar: identificar erros, transgressões aos códigos e políticas e outros desvios. Aqui, os Canais de Denúncia são as principais ferramentas.
  • Corrigir: assumir uma política de tolerância zero — quando detectada falha, desvio ou transgressão, aplicar correção imediata, com medida disciplinar proporcional.

    A correção demonstra a credibilidade e confiabilidade do Sistema de Integridade e é parte fundamental de sua manutenção.

É por essas bases que se desenvolvem os processos que resultarão em ética e correção em cada atitude das pessoas de uma empresa.

Conclusão

As ações e objetivos do Sistema de Integridade devem ser plenamente sustentados e apoiados pela liderança.

Os líderes dão o exemplo a ser seguido, são as pessoas de confiança para resolver problemas e dúvidas relativos à integridade, produzem e recebem feedbacks positivos e negativos, têm interesse pelas questões individuais, capacitam e delegam tarefas e atividades.

Dessa maneira, são constituintes fundamentais da agregação do Mecanismo de Integridade aos demais Sistemas de Gestão da Organização.

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Referências

  1. Giovanini, Wagner. Compliance: a excelência na prática. 2ª Edição – São Paulo: 2019.

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